domingo, 7 de julho de 2013

A VERDADEIRA ADORAÇÃO - PARTE I

1. INTRODUÇÃO

 Nos últimos dias temos visto uma diversidade muito grande de louvores e modelos de adoração. Modelos estes que ressaltam as necessidades humanas e a promessa de vitória concedida ao suprir estas necessidades. Mas, será que existe um padrão para a adoração? E ainda, será que existe um modelo para o louvor?  Procurando responder a estas perguntas é que apresentamos o presente trabalho com o afã de buscar um equilíbrio proporcionado pela Palavra de Deus, a fim de conduzir os interessados pelo tema a uma analise e maior conhecimento bíblico-teológico do assunto.

 

 1.1. O QUE É UMA VERDADEIRA ADORAÇÃO

 O termo no latim significa literalmente levar a mão a boca, ou seja, beijar a mão num sinal de reverencia. Assim podemos entender que a Adoração consiste nos atos, atitudes, sentimentos e motivações que reverenciam e honram à majestade do nosso Grande e Eterno Deus, Criador, Provedor e  Mantenedor de todas as coisas.
No original grego ainda temos mais 5 termos relevantes ao nosso estudo. Vejamos:


1.1.1. Gónu ou gonupetéo
Indica o ato de prostra-se como um gesto de adoração que também simboliza a atitude interna como sinal de humildade de auto-aviltamento e de homenagem.


1.1.2. Proskunein,
Prostrar-se como sinal de reverencia, prestar homenagem, beijar.


1.1.3. Latreía 
Esta palavra dá idéia de, todo o empenho, ou serviço realizado, em favor do evangelho que constitui-se num ato de adoração a Deus.


1.1.4. Leitourgía
Etimologicamente relaciona-se ao serviço prestado em favor de um povo ou nação. Posteriormente o vocábulo adquiriu um sentido muito amplo, designando o serviço do escravo ao seu senhor, das mães aos seus bebes e etc. Sempre tendo intrínseco o sentido de um serviço voluntário ou compulsório. O termo também é traduzido como ministério em algumas passagens do Novo Testamento, onde Cristo apresenta-se como Leitourgós do Santuário e verdadeiro Tabernáculo Hb 8:2 e o apóstolo Paulo como um Leitourgós de Jesus Cristo referente aos gentios. Quando analisamos a aplicação deste termo conseguimos entender o ministério como um serviço de adoração oferecido a Deus


1.1.5. Homología
O termo num sentido religioso dá a ideia de aceitação de votos ou mais comumente a confissão de pecados. Sabemos que a confissão esta intrínseca a nossa espiritualidade e vida cristã, porém o tipo de confissão aqui abordada é um tipo bem diferente de confissão, a saber, a confissão de louvor a Deus pelos seus atos poderosos. Alguns Salmos (e.g. Sl 30), exibem essa conexão. Ao reconhecer o seu pecado o salmista encontrou a salvação, e seu arrependimento tornou-se louvor e ações de graça. A admissão de pecado transforma-se em reconhecimento da graça e do poder de Deus.

 
1.2. SUA ORIGEM

Entendendo que a adoração não é uma particularidade humana, antes tendo sua origem nos céus, onde os seres celestiais adoram a Majestade Santa do Deus Todo Poderosos (Is 6:2-3), abrange a todos aqueles que desejam ou fazem parte do Reino Celestial. A adoração a Deus é uma credencial necessária a todos aqueles que desejam fazer parte deste Reino (Jo 4:23,24).  Mas, infelizmente, existem aqueles que defendem que a adoração tem sua origem e fins, no próprio ser humano e afirmam: ”a adoração é estritamente emocional”. Tal suposição pressupõe que "a adoração é algo subjetivo que se origina no íntimo do próprio individuo; uma realidade intrínseca para o homem não havendo qualquer necessidade de um Deus que corresponda a estas emoções internas" (itálico meu). Quero aqui fazer algumas considerações que acho muito importante a respeito deste fato:
 

1.2.1. A Base da Adoração é Teocentrica e não Antropocentrica.
Apesar de que o estudo das palavras associadas a adoração são conceitos que envolvem o aspecto humano como por exemplo:

A) Ajoelhar-se, prestar submissão; as raízes da adoração bíblica devem ser procuradas não nas emoções humanas, mas, no relacionamento divinamente estabelecido entre Deus e o homem. 

B) Que as emoções e reações humanas estão envolvidas no ato da adoração é inegável. A admiração, temor, gratidão e amor são emoções experimentadas na adoração. O que se deve ressaltar, porém, é que estes não são fatores controladores. Não constituem na verdadeira essência da adoração. 

C) Biblicamente falando a motivação da nossa adoração reside na Pessoa do Deus Adorado e não no adorador. Ou seja, a motivação para nossa adoração não pode residir em nós mesmos; não pode ter nossas condições emocionais e psicológicas como princípios motivadores ou norteadores. 

Se a adoração envolve admiração essa admiração é a admiração a Deus.

Se a adoração envolve temor esse temor é o temor devido a Deus.

Se a adoração envolve a gratidão é a gratidão a Deus por seus atos poderosos.

Se a adoração envolve o amor é o amor a Deus, o Deus de Amor.

 

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