1. INTRODUÇÃO
Nos últimos dias
temos visto uma diversidade muito grande de louvores e modelos de adoração.
Modelos estes que ressaltam as necessidades humanas e a promessa de vitória
concedida ao suprir estas necessidades. Mas, será
que existe um padrão para a adoração? E ainda, será que existe um modelo para o
louvor? Procurando responder a estas
perguntas é que apresentamos o presente trabalho com o afã de buscar um
equilíbrio proporcionado pela Palavra de Deus, a fim de conduzir os
interessados pelo tema a uma analise e maior conhecimento bíblico-teológico do
assunto.
1.1. O QUE É UMA VERDADEIRA ADORAÇÃO
O
termo no latim significa literalmente levar a mão a boca, ou seja, beijar a mão
num sinal de reverencia. Assim podemos entender que a Adoração consiste nos
atos, atitudes, sentimentos e motivações que reverenciam e honram à majestade
do nosso Grande e Eterno Deus, Criador, Provedor e Mantenedor de todas as coisas.
No
original grego ainda temos mais 5 termos relevantes ao nosso estudo. Vejamos:1.1.1. Gónu ou gonupetéo
Indica o
ato de prostra-se como um gesto de adoração que também simboliza a atitude
interna como sinal de humildade de auto-aviltamento e de homenagem.1.1.2. Proskunein,
Prostrar-se
como sinal de reverencia, prestar homenagem, beijar.1.1.3. Latreía
Esta
palavra dá idéia de, todo o empenho, ou serviço realizado, em favor do evangelho
que constitui-se num ato de adoração a Deus.
1.2. SUA ORIGEM
1.1.4. Leitourgía
Etimologicamente
relaciona-se ao serviço prestado em favor de um povo ou nação. Posteriormente o
vocábulo adquiriu um sentido muito amplo, designando o serviço do escravo ao
seu senhor, das mães aos seus bebes e etc. Sempre tendo intrínseco o sentido de
um serviço voluntário ou compulsório. O termo também é traduzido como
ministério em algumas passagens do Novo Testamento, onde Cristo apresenta-se
como Leitourgós do Santuário e verdadeiro Tabernáculo Hb 8:2 e o apóstolo Paulo
como um Leitourgós de Jesus Cristo referente aos gentios. Quando analisamos a
aplicação deste termo conseguimos entender o ministério como um serviço de
adoração oferecido a Deus 1.1.5. Homología
O termo
num sentido religioso dá a ideia de aceitação de votos ou mais comumente a
confissão de pecados. Sabemos que a confissão esta intrínseca a nossa
espiritualidade e vida cristã, porém o tipo de confissão aqui abordada é um
tipo bem diferente de confissão, a saber, a confissão de louvor a Deus pelos
seus atos poderosos. Alguns Salmos (e.g. Sl 30), exibem essa conexão. Ao reconhecer
o seu pecado o salmista encontrou a salvação, e seu arrependimento tornou-se
louvor e ações de graça. A admissão de pecado transforma-se em reconhecimento
da graça e do poder de Deus.
Entendendo
que a adoração não é uma particularidade humana, antes tendo sua origem nos
céus, onde os seres celestiais adoram a Majestade Santa do Deus Todo Poderosos
(Is 6:2-3), abrange a todos aqueles que desejam ou fazem parte do Reino
Celestial. A adoração a Deus é uma credencial necessária a todos aqueles que
desejam fazer parte deste Reino (Jo 4:23,24).
Mas, infelizmente, existem aqueles que defendem que a adoração tem sua
origem e fins, no próprio ser humano e afirmam: ”a adoração é estritamente
emocional”. Tal suposição pressupõe que "a adoração é algo subjetivo que se
origina no íntimo do próprio individuo; uma realidade intrínseca para o homem
não havendo qualquer necessidade de um Deus que corresponda a estas emoções
internas" (itálico meu). Quero aqui fazer algumas considerações que acho muito importante a
respeito deste fato:
1.2.1. A Base da Adoração é Teocentrica e não Antropocentrica.
Apesar de
que o estudo das palavras associadas a adoração são conceitos que envolvem o
aspecto humano como por exemplo:
A) Ajoelhar-se, prestar submissão; as raízes da
adoração bíblica devem ser procuradas não nas emoções humanas, mas, no relacionamento divinamente estabelecido entre Deus e o homem.
B) Que as emoções e
reações humanas estão envolvidas no ato da adoração é inegável. A
admiração, temor, gratidão e amor são emoções experimentadas na
adoração. O que se deve ressaltar, porém, é que estes não são fatores
controladores. Não constituem na verdadeira essência da adoração.
C) Biblicamente falando a motivação da nossa adoração reside na Pessoa do Deus Adorado e não no
adorador. Ou seja, a motivação para nossa adoração não pode residir em nós
mesmos; não pode ter nossas condições emocionais e psicológicas como princípios motivadores ou norteadores.
Se a adoração envolve admiração
essa admiração é a admiração a Deus.
Se a adoração envolve temor esse temor é o temor
devido a Deus.
Se a adoração envolve a gratidão é a gratidão a
Deus por seus atos poderosos.
Se a adoração envolve o amor é o amor a Deus, o Deus de Amor.
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